"Caderno de memórias coloniais"

16-01-2018

Maria José Lopes sugere: "Caderno de memórias Coloniais"

A pedido da minha sobrinha Joana Lopes apresento-vos um livro de que gostei.

Razões da escolha do livro e da autora:

"Caderno de memórias coloniais" de Isabela Figueiredo, foi o livro que mais gostei de ler em 2017. Decidi escolher esta obra entre as muitas que até hoje li, por várias razões. Por se tratar de uma autora de língua portuguesa, contemporânea, viva, que a escola poderá convidar a falar sobre a obra, por ser professora.

O tema do livro foi também importante. Nasceu em 1963 e eu em 1961. O retrato que faz do colonialismo que viveu na infância, e do regresso dos retornados, é o que recordo. De um lado os retornados, na sua maioria colonialistas, racistas, de outro, nós os da metrópole, que os recebíamos, cheios de preconceitos, sem olhar ao sofrimento pelo qual passaram. É um livro que demonstra uma grande coragem, falando de uma parte importante da nossa história, com elevada isenção.

Despertou-me a atenção, quando li uma entrevista, em que dizia que o pai, como pai, tinha sido o melhor pai que se poderia desejar, como cidadão, representava o pior, colonialista e racista. "Caderno de Memórias Coloniais", ilustra exatamente esta atitude, retrata com um grande sentido de justiça, os aspectos positivos e negativos dos dois lados, das diferentes sociedades, a Moçambicana onde viveu a infância, e a Portuguesa que a acolheu. E, tudo isto demonstrando ainda, sentido de humor, como passo a citar:

"Manuel deixou o seu coração em África. Também conheço quem lá tenha deixado dois automóveis ligeiros, um veículo todo-o-terreno, uma carrinha de carga, mais uma camioneta, duas vivendas, três machambas, bem como a conta no BNU, já convertida em meticais. Quem é que não foi deixando os seus múltiplos corações algures?"


Biografia 

O meu nome é Maria José Lopes, tenho 56 anos, trabalho na área dos seguros. Nos meus tempos livres, faço voluntariado, visitando pessoas de idade, que não podem sair de casa. Gosto de todas as formas de arte. Sempre que posso, vou ao cinema, teatro, concertos. E, gosto acima de tudo de partilhar. Tudo o que aprendo, partilho, chego até a ser um bocadinho "chata", na intensidade com que o faço. Se o que aprendemos não for partilhado, serve de muito pouco.  


...e agora ofereço este livro à Biblioteca do Instituto Nun'Alvres para que todos o possam ler!

Viajantes da Leitura - embarque nesta aventura connosco!!!
Blogue desenvolvido na disciplina de Português e Tecnologias de Informação e Comunicação, em colaboração com a Biblioteca Escolar
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