Entrevista a João Pedro da Silva

18-01-2018

1-Em três linhas, apresente-nos a sua biografia. 

O meu nome é João Pedro, e sou um professor de engenharia mecânica da Universidade do Minho que, tal como vós, estudou no colégio. Foi nos idos de 1982 a 1989 tendo acabado o 12ª ano na área da engenharia. Bom, na verdade tive ciências da saúde, pois tinha disciplinas numa e outra para poder ingressar na engenharia.

Tal como recentemente, naquele tempo o colégio passou por muitas restrições e uma delas era o ensino de física e geometria descritiva.

2-O que conduziu às primeiras leituras.

Talvez possa ter começado antes, mas certamente o que me ficou bem vivo na memória foram todos os livros da série de aventuras, narradas pela Enid Blyton, "Os Cinco". Ainda tenho presentes passagens, como quando eles estiveram envoltos numa aventura em que um farol era parte de enredo. Por outro lado,sempre reprimido o mais possível pelos meus pais,eram os "Livros de Macaquinhos", ou seja Tio Patinhas, Pateta, Pato Donald... estes viriam a orientar o meu gosto pela leitura, mas sobretudo pelo desenho, pois se de inicio me dava gozo lê-los, mais tarde quereria imitar as quadriculas e fazer aquelas maravilhas.

3-Que influência teve a escola na promoção e desenvolvimento do seu gosto pela leitura?

Neste capítulo, tenho que confessar que o colégio fez o melhor que pode,mas a época não nos conseguia dar mais. A biblioteca do colégio, tal como vós conheceis, só teve obras e abertura ao público precisamente no ano em que saí para a universidade, e só muito recentemente a conheci por dentro e algumas das suas obras. Era na biblioteca municipal, que também estreava por essa altura,em Famalicão, que comecei a experimentar levar livros emprestados para casa.E claro, como havia um prazo para os devolver, tinha que me entreter noites adentro a lê-los. Já antes tinha devorado a pequena biblioteca que os meus pais tinham em casa,com muitos clássicos.

4-Como se define enquanto leitor.

Hoje, um leitor mais preguiçoso na leitura de clássicos, tenho apenas um livro na mesinha de cabeceira a que me devoto muito pouco. Rende, portanto, a sua leitura. É António Lobo Antunes, o que nos obriga a estar mais concentrados na leitura dos seus devaneios. O anterior foi muito pior, já que o Padre Tolentino Mendonça tem uma densidade inacreditável na sua prosa ou mesmo poesia. Dada a minha profissão, muitos livros técnicos são o meu prato do dia...

5-Qual foi o último livro que leu.

Os que acima identifiquei. Mas de fundo,lembro-me do gosto que tiver a ler Eça, Camilo Castelo Branco e ouros, como Rabelais, no clássico Gargântua e Pantagruel. Tropecei neste sem querer,na biblioteca de meus pais. Claro, não dispenso sempre a leitura do Observador e do Público online, que os telemóveis recentes tanto nos facilitam na atualização de notícias.

6-Deixe uma mensagem de incentivo aos nossos jovens leitores.

Não se pode escrever bem, se não lermos, lermos muito. Sobretudo se não lermos textos corretos, que nos treinam o que queremos mesmo dizer,ou expressar. O que me custou não ter percebido o verbo "perdurar" numa prova de português. Nunca o tinha lido antes... Como saber distinguir um esteio dum estame, se não nos tivermos entusiasmado pelos fascinantes mundos que os livros criam? Por exemplo, as coisas maravilhosas que perdemos por não lermos Harry Potter,em vez de cinema. Assim, o que mais aprendi num destes livros de fábulas, de La Fontainne, foi de que no final de cada livro há um tesouro escondido. Pois, a primeira coisa que fazia era abrir as últimas páginas, à procura do tal tesouro...eu é que era novinho... 

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Blogue desenvolvido na disciplina de Português e Tecnologias de Informação e Comunicação, em colaboração com a Biblioteca Escolar
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